quarta-feira, 21 de novembro de 2012



HIPERSENSIBILIDADE AUDITIVA, HIPERACUSIA, FONOFOBIA: O MUSICOTERAPEUTA AVALIANDO, DESSENSIBILIZANDO, RESGATANDO O PRAZER DO MUNDO SONORO PERDIDO. CONHEÇA UM POUCO MAIS SOBRE ESTE UNIVERSO AINDA DESCONHECIDO DA MAIORIA DAS PESSOAS...
                             Nydia do Rego Monteiro- 22 de Novembro de 2012-Dia da Música
Alguns indivíduos apresentam uma sensibilidade auditiva excessiva que os tornam intolerantes a certos sons, mesmo em níveis baixos de intensidade. Quando em grau severo, a hipersensibilidade a sons pode ter efeitos devastadores na qualidade de vida do indivíduo. Qualquer atividade diária com um mínimo de exposição sonora pode ser afetada ou até impossibilitada pela hipersensibilidade. Infelizmente, a hipersensibilidade a sons é pouco conhecida e até desvalorizada por grande parte das pessoas e até mesmo dos profissionais da área de saúde e médicos. Não existem dados precisos e atualizados sobre a prevalência de hipersensibilidade a sons na população geral e ainda são poucas as pesquisas sobre sua ocorrência. O estudo separado de cada tipo de hipersensibilidade a sons permitirá uma melhor compreensão do paciente e a adoção de tratamentos específicos. O Médico Otorrino, o Musicoterapeuta e Fonoaudiólogo são os  profissionais mais indicados para estudar, avaliar, detectar na clientela envolvida e buscar tratamentos específicos que auxiliem esta mesma clientela na melhoria da qualidade do atendimento terapêutico e/ou sua interação social. O Musicoterapeuta específicamente, dessensibilizando  e trazendo novamente qualidade de vida aos casos de maior desconforto auditivo. Um grupo de Musicoterapeutas Piauienses tem se reunido para pesquisar a partir de suas práticas clínicas sobre processos de dessensibilização com diferentes clientelas.
HIPERACUSIA
É a tolerância reduzida a sons, mesmo em intensidade moderada. Neste caso o indivíduo apresenta uma reação intensa e anormal das vias auditivas a sons comuns do meio ambiente, como o som de abrir e fechar uma janela, o som de uma torneira aberta, do funcionamento do computador, do tilintar do garfo no prato, por exemplo, devido a uma alteração no processamento auditivo central. Os limiares de audição não diferem dos limiares de indivíduos normais e, ao contrário do que sugere o nome, indivíduos com hiperacusia não ouvem mais que outras pessoas com audição normal. HYPERACUSIS NETWORK (2000) definiu a hiperacusia como um colapso da tolerância da sensação de intensidade. Para estes indivíduos todos os sons produziriam desconforto, uma vez que a intensidade sonora considerada como desconfortável, seria bem abaixo daquela julgada como desconfortável pelos outros. Para alguns deles, a hiperacusia significaria uma audição extremamente sensível, ou melhor do que possuíam anteriormente. JASTREBOFF & JASTREBOFF (2000) definiram a hiperacusia como um aumento da sensibilidade para sons. Relataram que a hiperacusia poderia resultar de mecanismos periféricos e centrais.
*TABELA DE TESTIFICAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE INTOLERÂNCIA AUDITIVA
COMPORTAMENTO
  PONTUAÇÃO      
Nenhum  comportamento
    0
Piscar  os  olhos
   1
Apresentar espasmos nos MMSS
   2
Irritar-se  e resmungar
   3
Colocar as mãos nos ouvidos
   4
Chorar
   5
*3 reações- o impacto na  adaptação a ambientes sociais ou terapias comunitárias como Fisioterapia e Terapia Ocupacional
*NASCIMENTO, Marilena. Musicoterapia e a reabilitação do paciente neurológico-”Modelo de dessensibilização na intervenção musicoterapeutica”-São Paulo: Memnon, 2009.
Ò  Tabela apresentada no livro
Como musicoterapeuta com experiência na área de neurologia e reabilitação  física temos acumulado já alguma experiência em dessensibilização com crianças com hiperacusia , cada vez mais precocemente com bebês e temos descoberto na prática tratamentos diferenciados ,  também com clientelas com zumbido como adultos e outras formas de dessensibilização para os hiperacúsicos surgidos pós-lesão cerebral.(Ainda em estudo)
E as hipersensibilidades associadas a certos sons ou seus significados que durante a Anamnese e Investigação cuidadosa na Ficha Musicoterapêutica que só o profissional Musicoterapeuta realiza é detectado com seu paciente antes de iniciar o tratamento ... Temos trabalhado com clientelas com :

FONOFOBIA
 É o medo da exposição sonora. Citados BASSANELLO,(HALL & MUELLER ,1998)  reação anormal do sistema límbico e autônomo, sem uma ativação dos sistemas, resultando em um aumento de conexões entre o sistema límbico e auditivo. PHILLIPS & CARR (1998) uma desordem central apresentando respostas condicionadas intensas para sons, quando não seria esperado provocar tal reação.               

O Profissional Musicoterapeuta está capacitado para tratar desta clientela por ser da área de saúde e fazer um levantamento áudio-sonoro extremamente aprofundado antes de iniciar tratamento. E ao estabelecer seus objetivos com esta clientela, seus recursos utilizados, técnicas e métodos são extremamente prazerosos, facilitando o estabelecimento mais rápido do vínculo terapêutico, não causar rejeição  e fluir com naturalidade durante as sessões. Pois utiliza-se recursos conhecidos como: canto, instrumentos musicais, tecnologia , gravações, tecnologia, relaxamentos, atividades lúdicas e outros. Cada vez mais o tratamento com a musicoterapia tem conquistado mais clientela e recomendações. E para auxiliar uma equipe multidisciplinar que tenha um paciente hiperacúsico com dificuldade de atendimento nas outras terapias, o profissional musicoterapeuta neste caso então, seria essencial para uma imediata orientação a equipe e dessensibilização a este paciente. Muitos casos de desligamento acontecem por causa destas hipersensibilidades e falta de conhecimento da equipe. E o pior, a falta de um profissional musicoterapeuta na equipe que diagnostique  e  colabore, dessensibilizando.

DICAS
Ò  HYPERACUSIS NETWORK (2000) recomendou como tratamento
da hiperacusia, o aconselhamento. Ressaltou também que os profissionais deveriam ter cuidado com exames que envolveriam o uso
de sons intensos, recomendando que o nível de tolerância aos sons
devesse ser conhecido antes da avaliação audiológica. Alguns cuidados
que o paciente deveria ter na sua rotina diária também foram relatados,
tais como: escolher cuidadosamente o material do travesseiro para que
ele não prejudique o seu sono, materiais ásperos geralmente incomodam
o paciente hiperacúsico; o período da manhã geralmente é mais crítico para estes indivíduos, então aconselha-se a ficar em um ambiente mais calmo; em festas é importante que o paciente chegue mais cedo para que se
acostume com os sons pausadamente; pode-se ajustar o barulho da água
do chuveiro para que não incomode; não entrar na cozinha e sim esperar
que as pessoas acabem de lavar e guardar louças para que os sons
possam ter diminuído; fechar a janela de carro, trem, ônibus em alguns
momentos; nos restaurantes não sentar em locais com muito barulho;
caminhar em parques ao invés de caminhar próximo aos locais de
trânsito; pode-se diminuir o volume do rádio ou da televisão quando for
ligá-los; na escola preferir professores homens devido ao timbre que é
mais suportável pelo paciente hiperacúsico; em locais onde há animais
colocar os tampões auriculares.