domingo, 1 de abril de 2012

AUTISMO - PORQUE A MUSICOTERAPIA AJUDA


AUTISMO- TRANSTORNO GLOBAL DE DESENVOLVIMENTO (TGD)- PORQUE A MUSICOTERAPIA AJUDA



                                                     Por Nydia do Rego Monteiro- 2/4/2012

As pessoas diagnosticadas com autismo ou com transtorno global de desenvolvimento tem alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e modalidades de comunicação.Pode ter também um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. As diferenças costumam se tornar aparentes antes da idade de três anos e aí neste momento, ou até antes, entre 1 ano a 2 anos e meio a entrada da musicoterapia é importante como estimulação no momento em que o cérebro está em formação e em transformação. O cérebro do autista já diagnosticado é diferente, já científicamente comprovado e as principais estruturas envolvidas são: o Cerebelo (atividades motoras, equilíbrio e a coordenação), a Amígdala (comportamento social e emocional), o Hipocampo (memória), Corpo Caloso (comunicação entre os dois hemisférios) e o Giro do Cíngulo (área de integração entre informação visual e sistema límbico). Quanto ao processamento do som pode se destacar informações importantes: há um atraso médio de 11 milissegundos (11/100 de segundos) no processamento do som e da linguagem no cérebro desta clientela (ROBERTS, 2010). Por isso quanto mais cedo a musicoterapia entrar para acelerar este processamento, menos comprometimento esta criança e futuro adulto terá em todas as áreas, já que o processamento auditivo é a porta de entrada para a construção de todo um desenvolvimento neuropsicomotor e de interação social. Vários estudos também já comprovaram que a conexão entre os neurônios no cérebro autista pode também vir acompanhada de barulho ou ruído, como a estática de um rádio. Há, então, um processamento de baixa ordem ou fraca coerência central, ou seja, por isso tem dificuldade para escolher entre duas fontes de informação, porque geralmente causa uma “sobrecarga” ou “hiperestimulação” e com um treinamento musical antecipado esta dificuldade pode ser minimizada ou até vencida. A música aplicada por um profissional graduado/especializado e treinado na área de saúde, o musicoterapeuta, com uma criança ainda em idade precoce se possível, muitas vezes ainda com diagnóstico não fechado por um neuropediatra, tem um prognóstico muito melhor em relação a outras crianças que não tenham esta qualidade e diferencial de estimulação. Como profissional musicoterapeuta que trabalho com esta clientela há 16 anos, tenho a certeza e posso afirmar que quanto mais cedo estas crianças são encaminhadas pelos neuropediatras para atendimento, os objetivos são alcançados com muito mais eficácia e melhor qualidade de vida estas crianças e suas famílias terão. Além de auxiliarmos a entrada de outras terapias e a interação na escola, família e socialmente.



Para Musicoterapeutas e cuidadores:


Estratégias que tem resultados eficazes no trabalho com esta clientela:
- Ter sequências e rotinas estabelecidas. Ex. canto para saudação inicial e final da sessão.

- Volume fraco empregado na voz da musicoterapeuta inicialmente, andamento mais lento ao verbalizar ações, depois, demonstração visual, nunca ao mesmo tempo.

- Quando observarmos sinais de ansiedade ou sobrecarga sensorial (ex. mãos sobre os ouvidos, balanços constantes típico de corpo,gritos) dar a criança um espaço que possa gerar calma e tranqüilidade, uma área com almofadões, colchonetes, música suave , ou sem som nenhum, sem muita luz e estímulos.)

- Antecipar a criança o que sucederá uma vez que termina a atividade.

- Prestar atenção aos interesses da criança para a partir dalí guia-la a uma nova aprendizagem .


Técnicas para TGD mais atuais segundo o modelo de Musicoterapia Neurológica:


-Treinamento musical sensorio-orientativo ou MSOT (Musical Sensory Orientation Training (Ogata, 1995)
-Treinamento musical para o controle de atenção ou MACT (Musical attention control training (Thaut, 2003)
- treinamento musical de funções executivas ou MEFT (Musical Excecutive function training (Dolan, 2002; Damasio, 1995; Behara y otros, 2000)
- treinamento da percepção auditiva ou APT (Auditory Perception Training
(Bettison,1996; Gfeller y otros, 1997; Heaton y otros, 2001)
- Execução Instrumental Terapêutica ou TIMP (Therapeutic Instrument Playing
(Elliot, 1982, Clark & Chadwick, 1980)..
- Desenvolvimento da linguagem e da comunicação através do treinamento com música ou DSLM (Developmental speech/language trainning throu music)
(Alberti&Pfeiffer,2010- http://www.neuromusica.org/)**Novos
cursos iniciando.
.Homenagem que faço ao Dia Mundial do Autismo todos os anos.Aprendi a amá-los e muito aprendi em minha vida com cada um deles e seus pais. Muito obrigada pelo privilégio de conviver com voces, tão especiais !   2/4/12


Outros artigos estão no meu blog na coluna de artigos científicos : “Musicoterapia: A prática clínica sob a ótica da neurociência.”-2010