segunda-feira, 29 de junho de 2009

OS SONS QUE VIRAM TERAPIA-Matéria Jornal Meio Norte-19/06/09-caderno Theresina-p.1 a p3.

Os sons que viram terapia Saúde/A Musicoterapia é hoje comprovadamente bem usada contra vários males, tanto do corpo, como da mente Simone Rodrigues e Flávio Moura Editoria Theresina Um conjunto de sons, palavras e melodias. Essa é a denominação simplificada para a palavra ‘música’. Hoje, esse conceito se expande. O som não é mais apenas arte. Entre suas utilidades, é usada como terapia. Animando, aliviando dores e aumentando a auto-estima, ela se transformou em musicoterapia, comprovada por vários estudos recentes como um verdadeiro remédio contra vários males. Males do corpo e da alma. Segundo pesquisas, há evidências de que a música é conhecida e praticada desde a pré-história. Cientistas acreditam que a observação dos sons da natureza tenha despertado no homem, através do sentido auditivo, a necessidade ou vontade de uma atividade que se baseasse na organização de sons. Ou seja, o homem sentia a vontade de organizar os sons ouvidos na natureza e, à medida que ia fazendo isso, percebia que os sons entravam em harmonia e davam uma sensação de prazer, ao ouvi-los ou ao juntá-los. No entanto, embora nenhum critério científico permita estabelecer seu desenvolvimento de forma precisa, a história da música confunde-se com a própria história do desenvolvimento da inteligência e da cultura humana. E agora, ou pelo menos, nos últimos 10 anos, uma outra utilidade vem sendo agregada à música: em tratamentos na área da saúde, por exemplo. A Musicoterapia é a utilização da música e/ou de seus elementos – som, ritmo, melodia e harmonia – por um musicoterapeuta qualificado, com graduação ou pós-graduação. Esse profissional utiliza a terapia à base da música com um determinado cliente ou grupo, em um processo para facilitar e promover a comunicação, a relação, a aprendizagem, a mobilização, a expressão, a organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. Em outras palavras, a Musicoterapia objetiva desenvolver potenciais e/ou restabelecer funções do indivíduo, para que ele possa alcançar uma melhor integração intra e/ou interpessoal e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida, pela prevenção, reabilitação ou tratamento. É exatamente isso que acontece no Centro Integrado de Reabilitação – CEIR, que atende pacientes com algum tipo de deficiência no Estado. Leia mais na B/3 Qualquer estilo pode ser ‘bom’ Cont. da capa/Não importa o estilo. Desde forró à música clássica, qualquer ritmo pode ser usado para ajudar pessoas com a música. Quem vai definir isso é a afinidade musical que cada um tem Simone Rodrigues e Flávio Moura Editoria Theresina Nydia contou ainda que não existe um padrão a ser seguido pela Musicoterapia, mas que tudo vai depender do paciente. Segundo ela, não se pode afirmar que o forró ou a música clássica, por exemplo, são melhores estilos musicais ou dão melhores resultados na terapia. “Não existe um receituário na Musicoterapia. O profissional, por exemplo, não pode ter um estilo musical preferido. Todos os gostos devem ser trabalhados pelo profissional”, disse. O andamento da Musicoterapia se desenvolve de acordo com vários métodos. Alguns são receptivos, ou seja, quando o musicoterapeuta toca uma determinada música ou emite um som para o paciente. Nesse tipo de sessão, os pacientes são aqueles com grandes dificuldades motoras ou, em apenas uma parte do tratamento, com objetivos específicos. No entanto, na maior parte dos casos, a Musicoterapia é ativa: quando o próprio paciente exerce alguma função, toca algum instrumento, canta, realiza outras atividades, tudo, é claro, acompanhado pelo profissional. Em todos os métodos, a Musicoterapia faz com que o paciente consiga desenvolver alguma função física ou psicológica, a qual ele estava impossibilitado de fazer, por causa de alguma doença, por exemplo. Cérebro de quem gosta de música é diferenciado Inúmeros estudos já mostraram que o cérebro dos músicos, ou daqueles que se envolvem diretamente com a música, é diferente. O cérebro dessas pessoas possui uma representação sensorial aumentada nos dedos, além de mais fibras, ligando os dois hemisférios, bem como maior capacidade de discriminação de sons. A auto-estima, como não poderia deixar de ser, também é normalmente aumentada, além de sensação de bem-estar e de saúde. De acordo com a maioria dos músicos, aquilo que se ouve é tão importante quanto aquilo que se come, por exemplo. Cardiologistas recomendam que seus pacientes evitem gorduras e comam carnes brancas, verduras, legumes, fibras e frutas. Da mesma forma, os músicos e as pessoas que se envolvem com música aconselham: é preciso dar importância para o que entra pelos ouvidos. A música mexe com a emoção, o que foi comprovado cientificamente. Quando se ouve uma marcha militar, por exemplo, as pessoas têm vontade de sair